direção de Saturnino de la Torre, coordenação de Maria Antonia Pujol e Maria Cândida Moraes
“Buscando a lógica e a coerência dos conteúdos, este livro está organizado em dois blocos. O primeiro diz respeito à aproximação reflexiva e o segundo fala da projeção das ideias na prática educativa, desde a educação infantil até a universitária. A trans pode ser aplicada em qualquer âmbito da educação e da vida, porque é reflexão, caminho e atitude – como é mencionado mais de uma vez. Não é uma ciência nova, nem uma ciência de ciências, nem uma integração de várias ciências. É, no nosso modo de entendê-la, um novo olhar, que leva em consideração aquilo que as diferentes disciplinas nos trazem e dá sentido ao que ocorre a partir delas, entre elas e além delas. Em termos físicos, não é onda nem partícula. É as duas coisas, assim como a luz.” – Saturnino de la Torre e Maria Cândida Moraes
Errata: Patricia Limaverde Nascimento e Fátima Limaverde são Educadoras e Diretoras da Escola VILA, Fortaleza, Brasil, e não da Escola Tic Tic Tac, como consta no Sumário e no título do Capítulo 15, “Da grade Curricular à Teia Trannsdisciplinar”. Às autoras do artigo e criadoras de tão importante projeto, a TRIOM Editora pede desculpas pelo lamentável erro de impressão.
14 x 21 cm / 432 pg / ISBN 978-85-85464-73-8
Frases de Maria Antonia Pujol Maura no Capítulo 13, A Transdisciplinaridade na Educação Infantil
… educar não é uma forma de transformar o indivíduo, mas sim de abastecê-lo de competências a partir do aproveitamento de suas próprias capacidades.
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As crianças pequenas não precisam de muitas explicações, teorias ou grandes argumentos, mas sim de pautas claras de comportamento e hábitos concretos que encham de conteúdo sua forma de ser e de fazer. Por isso não precisa uma explicação teórica com grande discurso esclarecedor quando está realizando uma ou outra atividade escolar ou de vida, mas necessita sim uma comunicação fluida e afetiva, que dê sentido àquilo que está fazendo e que a ajude a integrar tudo aquilo que está vivenciando, tanto na forma individual como coletiva.
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Os cenários de aprendizagem devem ser suficientemente ricos e criativos para poder garantir uma forma de fazer que potencialize um crescimento dinâmico, amplo e aberto, e que dê às crianças a oportunidade para que sejam atores globais de seus próprios avanços.
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O universo é um sistema coerente com um alto grau de integração, parecendo um organismo vivo. Sua propriedade mais importante está no fato de a informação ser gerada, conservada e transmitida para e entre as suas partes. Esta característica é totalmente fundamental. É capaz de transformar um universo, que dirige sem enxergar, desde a fase de evolução até a seguinte, em um sistema estreitamente interconectado que se constrói a partir da informação que já foi gerada. O universo formado é de uma coerência extraordinária.
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Mas também precisamos de um olhar criativo que nos faça capaz de encontrar cada uma das singularidades de nossas crianças, fazendo de nossa ação docente uma forma de reforço e de tomada de consciência das potencialidades de cada um deles. Esta visão nos ajudará a ter uma verdadeira visão transdisciplinar, considerando que não segmentaremos o conhecimento, e sim o vivenciaremos de forma a garantir uma educação e um desenvolvimento sustentável que leve em conta a conservação e a potencialização da vida dentro do planeta Terra. Desde bem pequenas, as crianças são capazes de respeitar tudo aquilo que faz parte do seu entorno mais imediato e, a partir desse formato tão vivenciado, vão descobrindo o valor de tudo o que faz parte do seu entorno. Isso segue adiante à medida que vão crescendo e se tornando conscientes de que podem ser membros ativos dentro da coletividade dos seres vivos.
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Educar na criatividade é preparar alunos para a vida em uma sociedade democrática e plural, na qual a convivência entre culturas e crenças seja possível. É contribuir com o desenvolvimento de valores, atitudes e hábitos de liberdade e autonomia, de iniciativa, de imaginação e fantasia, de habilidades criativas, de entusiasmo e satisfação de constância e empenho, de tolerância ao diferente, de vivência desde a complexidade, de flexibilidade mental, de originalidade, facilidade e qualidade nas realizações; em suma, de ser útil aos demais, deixando-lhes os passos de seu próprio ser. (Torre e Violant em Compreender e Avaliar a Criatividade)
Frases de Saturnino de la Torre e Maria Cândida Moraes na Introdução
Entende-se o conceito transdisciplinar como sendo um olhar interativo e dialogado da realidade, que chega a manifestar-se de múltiplas formas e níveis, com base na capacidade compreensiva e intencionalidade do observador.
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Quatro eixos, dois a dois, constituem a espinha dorsal desta obra, formando suas coordenadas interpretativas: a teoria, com o complemento da prática, e a trans em sua vertente epistemológica e reflexiva, com o complemento da ecoformação, em que se projeta.
Frases de Saturnino de la Torre e Maria Cândida Moraes e outros no Decálogo
Um dos valores humanos mais sagrados e inalienáveis é o direto à vida. Não falamos somente da vida física, mas também da vida mental, emocional e espiritual. Em uma civilização avançada do século 21, as necessidades vitais têm a ver com a dignidade humana, com a recusa da pena de morte e de todo tipo de tortura, com o respeito aos animais e ao meio ambiente. Destruir o meio é prejudicar a nós mesmos. Mas junto a estas formas de vida, é preciso remarcar o direito a formação e desenvolvimento de capacidades, a uma vida emocional livremente escolhida, a uma vida espiritual ou de crenças que não seja limitada em suas manifestações. Em suma, o direito a gozar a vida, a liberdade e a autonomia e buscar a felicidade. O ser humano tem o direito de buscar sua própria felicidade.
Frases de Ivani Catarina Arantes Fazenda no Capítulo 5, A Formação do Professor Pesquisador: 30 Anos de Pesquisa
O exercício de buscar a marca registrada envolve uma viagem interior, um retrocesso no tempo, em que o autor, ao tentar descrever a ação vivenciada em sua história de vida, identifica-se com seu próprio modo de ser no mundo, no qual busca o encontro com sua metáfora interior. Assim, percebe-se pescador aquele que tece a rede, que a constrói, que sabe sobre sua função, suas formas e finalidades, que tem muito claro o propósito com que pode pescar (bota ou peixe), e que por isso, sobretudo, sabe que sua tarefa consiste em aproveitar, transmutar tanto a bota em peixe, quanto o peixe em bota, desvelando o valor próprio, não exclusivo de cada um e, portanto, interdisciplinarmente percebido.
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Porque compreende seu universo de ações e de significados, o pesquisador interdisciplinar aceita dividir sua própria percepção do mundo e dos homens. Isso tem demandado também um tipo especial de pesquisador, aquele que com sensibilidade compreende os outros e, portanto, a efetivação do exercício do respeito ao outro e da espera (na medida em que poucos são ainda os que aceitam esse tipo especial de trabalho e pesquisa).